MERCEDES BENZ S500 2014 – UMA PERSPECTIVA DE MOTORISTA

Mercedes-Benz S 350 BlueTec ( W222) 2012

Se você está pensando em ler este texto achando que vou detalhar todos os aspectos tecnológicos da recém lançada nova geração da Mercedes Classe S, pode parar por aqui.

Ok, sim… é estupidamente confortável. Sim… tem milhares de opções de massagens quentes ou frias para todos os ocupantes… Sim, tem tudo que há de mais avançado que a Mercedes Benz pode colocar dentro de um carro em termos de tecnologia, luxo, refino e segurança. É a vitrine mundial dos carros luxuosos.

korncars Mercedes Benz S500 VII

Porém, não vamos nos esquecer, a Classe S é ainda um CARRO, que, em algum momento, deve ser dirigido. É nisso que pretendo focar nesse review.

korncars Mercedes Benz S500 III

Há essencialmente dois tipos de comprador de Classe S: (i) aqueles que andam no banco traseiro, deixando toda a parte “proletária” de dirigir a cargo do Jarbas; e (ii) aqueles que efetivamente vão dirigi-la. No Brasil, acredito que a maioria dos compradores enquadra-se na categoria (ii). Será que o übber sedã da Benz entrega uma experiência legal de direção? Será que é possível se divertir guiando um sedã de pouco mais de 5 metros e mais de 2 toneladas?

MOTOR: Para começar a analisar este ponto, vamos olhar para o motor da S500: um V8, bi-turbo, com cerca de 450 Hp e mais de 70 Kgfm de torque. O conjunto é mais do que suficiente para empurrar o carro com vitalidade. A sensação é longe da esportividade, pois toda a entrega de força ocorre de maneira muito linear e suave. Há um mínimo lag até que o turbo dê sua tradicional patada. Porém, não há drama ou emoção, mas sim frieza e precisão germânicas.

korncars Mercedes Benz S500 VIII

CÂMBIO: A caixa automática 7-g tronic faz um excelente papel em não castrar a força da S500. Para a proposta do carro, é simplesmente perfeita. Porém, qualquer interação com os comandos manuais é meio frustrante. A resposta das borboletas é letárgica.

korncars MErcedes Benz S500 câmbio 2014

MODOS DE CONDUÇÃO: Você pode optar por alguns modos de condução, que são configuráveis via central do carro, mas, em linhas bens gerais, são dois modos de pilotagem: o confortável e o esporte.

O “confortável” torna o carro um completamente anestesiado com relação ao que se passa do lado de fora. A direção fica bem leve, o câmbio opera da maneira mais suave que já vi em um carro, a resposta do acelerador é completamente filtrada para evitar acelerações mais bruscas.

As coisas ficam mais interessantes para quem dirige quando o modo “esporte” é selecionado. Não vou chegar ao ponto de dizer que a S vira um instrumento afiado e preciso de pilotagem, mas a resposta da direção fica mais direta e mais pesada. O acelerador fica mais alerta. Os giros sobem com mais gosto e beliscam o corte.

Você realmente passa a ter sensação de que está conduzindo um Titanic e noção que está cutucando um carro de dimensões continentais. A resposta do carro sob acelerações mais vigorosas e nas tomadas de curvas mais fechadas é ótima para o o seu tamanho. Você compreende exatamente o espaço que ocupa e até onde pode forçar o carro antes dos anjos da guarda eletrônicos entrarem em ação.

Em alguns momentos eu me surpreendi com a segurança que o carro transmite. Mesmo sob acelerações mais vigorosas, a S500 é comportada, fria e segura. Em nenhum momento você tem aquela sensação de que talvez você esteja indo rápido demais ou que alguma coisa vai dar errada, é mais o susto de olhar para o velocímetro e ver uma velocidade nada condizente com a sensação que você tem atrás do volante.

No modo esporte especialmente, acredito até que a Mercedes Benz fez um ótimo trabalho na calibragem da direção – ela é direta o suficiente para lhe permitir apontar o carro nas tomadas de curva, mas sem comprometer o caráter luxuoso do S500. A aceleração, como já disse, é mais do que satisfatória. Chego ao ponto de dizer que o carro tem torque e potência suficientes para fazer o S500 se movimentar com agilidade. Não chega a ser um desempenho de tirar o fôlego, mas lembremos que para isso veremos os modelos AMG. O câmbio realmente é focado na personalidade do carro, ou seja, voltado para o conforto e se recusa a ter qualquer pretensão esportiva. O chassi é versátil, pois faz um excelente trabalho em disfarçar o tamanho do carro nas curvas mais fechadas.

CONCLUSÃO

Para finalizar, trata-se de uma experiência divertida, envolvente ou marcante atrás do volante? Não. Acho que carros como a Classe S não estão aí para isso. É uma proposta diferente.

Curiosamente, minha expectativa era dirigir um carro muito luxuoso, confortável e refinado, mas com zero “pegada”, porém, houve circunstâncias em que me surpreendi positivamente com as aptidões dinâmicas da nova Classe S. Sim, é grande, pesada, luxuosa, confortável e tecnológica, mas não é um carro completamente desconectado do motorista. A direção e suspensão da S500 são, na minha opinião, os grandes trunfos do carro para quem procura sentir um pouco de “tocada”, especialmente no modo mais esportivo de condução. Por outro lado, o tamanho do carro, seu peso, câmbio e resposta do acelerador lhe trazem de volta à realidade… ou melhor… proposta da classe S.

korncars Mercedes Benz S500 V

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