AUDI TTS 2016 – MUITO MAIS QUE UM ESPORTIVO BONITO

Todos vocês que assistem ao Amigos Por Carros no Youtube já devem saber o que achamos do novo Audi TTS, que acabou de chegar em solo brasileiro. O carro mal foi retirado da concessionária e foi levado à PitStopShop pelo proprietário.

Originalmente, o motor 2.0 Turbo FSI do TTS rende 296 cvs e 38 Kgfm de torque. A preparação do carro testado consiste no básico: filtro (cold air intake – APR Carbonio), remapeamento da injeção (via Piggyback Speedbuster) e escape (mais precisamente: downpipe).

Korncars Audi TTS 2016 2

O resultado da modificação, que leva aproxidamente 3 horas para ser concluída e é totalmente reversível, é: 375 cvs e 45 kgfm. Em sua configuração original, o TTS é capaz de fazer de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos. Após a preparação, o TTS conseguiu fazer a mesma marca em 4,4 segundos.

O TTS pesa 1450 kgs com fluídos. Como todo modelo S-line, o carro se beneficia de uma tração integral – nesse caso, Quattro Haldex, que basicamente significa que o carro comporta-se sob condições normais como um tração dianteira, mas, quando provocados os limites de aderência, as rodas traseiras passam a trabalhar. Câmbio de dupla embreagem com 6 marchas já conhecido de todo entusiasta da marca há muito tempo e simplesmente um padrão de eficiência.

Particularmente, eu nunca fui fanático pelo TT como um carro de tocada. Muita coisa mudou nessa nova geração. O novo TT usufrui da nova plataforma do grupo VW/Audi, a MQB. Dizem que o Audi TT é o carro que melhor aproveita as capacidades esportivas dessa nova base.

Mas vamos por partes!

POR DENTRO DO NOVO AUDI TTS

Desde a primeira geração do carro eu não sentia algo especial a bordo do TT. Quando você entrava dentro de um TT em 1999, notava-se claramente o esforço da marca em fazer os ocupantes se sentirem especiais. O acabamento e o interior eram distintos e únicos do modelo.

Na segunda geração do TT, os vínculos com o irmão educado, o Audi A3, tornaram-se evidentes e, para quem conhecia os dois carros, havia um compartilhamento excessivo de componentes entres os modelos, a ponto de questionar se o coupé esportivo não era apenas uma roupagem esportiva do hatch.

Nessa geração, a Audi voltou a trabalhar para diferenciar o TT do A3. Se as diferenças são evidentes entre o modelo de entrada da nova geração do carro, no TTS a qualidade do acabamento e dos materias a bordo são excepcionais. Apesar do TTS ser um carro caro, a primeira impressão, pelo menos, é que cabine faz por merecer o preço premium.

Korncars Audi TTS 2016 interior

ANDANDO COM O NOVO TTS

Eu gosto de dizer que carros como o TTS são “brinquedos”. Usualmente utilizados aos finais de semana, como segundo ou terceiro carro. Nesse sentido, o típico proprietário de um Audi TTS está disposto a fazer concessões em termos de usabilidade e conforto, desde que o carro seja especial em todas as ocasiões.

O primeiro sinal de que o TTS é um carro difícil de conviver no dia a dia é a suspensão. Sim, é rígida, em especial se você levar em conta as rodas aro 19. Graças ao advento da suspensão com a tecnologia Magnetic Ride, no entanto, as coisas não ficam tão ruins assim. Você vai xingar um pouco em ruas com asfalto lunar, mas o sacrifício vale a pena.

O segundo aspecto que atrapalha qualquer pretensão prática do TTS é o fato de que se trata de um coupé esportivo. Aqueles bancos traseiros na melhor configuração “2+2” são charmosos, porém, inúteis.

O terceiro ponto é que o TTS é um carro que chama atenção. Até aqui, nada diferente do que sempre foi para o TT, mas será que, dessa vez, o carro deixou de ser apenas um show stopper, para ser um carro esportivo em todas as definições do termo?

São quatro modos de condução: Efficiency, Comfort, Dynamic e Individual.

Korncars Audi TTS 2016 cockpit

Trafegando modo mais tranquilo e econômico, você realmente consegue ignorar por alguns instantes estar a bordo de um carro puramente esportivo. Há razoável dignidade para transitar tranquilamente. A direção fica leve, o câmbio suave e o acelerador lerdo. A suspensão é o que entrega a real natureza do TTS, mas digo que não chega a incomodar como nas primeiras Mercedes AMG A45.

Você se sente bem a bordo do carro. Visibilidade externa é bacana, sem aquele drama tradicional de carros esportivos. O TTS continua no tamanho certo. Essa nova geração não cresceu em relação à anterior. A impressão também é que a cabine tem mais espaço para os ocupantes, mas diria que isso pode ser uma impressão minha.

As coisas ficam interessantes mesmo quando você começa efetivamente a dirigir o carro no modo Dynamic, onde podemos observar o que aconteceu com o novo TTS e o porquê dele ser algo completamente distinto do que você já viu nas últimas gerações do carro.

Por alguns momentos eu vou ignorar a preparação da PitStopShop e focar apenas na evolução do TTS como carro esportivo puro. A primeira coisa que morreu foi aquela sensação de nariz pesado. O TTS agora não tem mais uma letargia na hora de apontar nas curvas ou aquela vontade irritante de sair de frente.

O carro é completamente novo nesse aspecto. Aquela primeira apontada é completamente neutra agora e a resposta é muito direta. Faz você questionar se o motor ainda está pendurado em cima do eixo dianteiro. Curiosamente, se você provocar bastante, o TTS é capaz de jogar singelamente a traseira.

Korncars Audi TTS 2016 1

Não chega a ser um exercício que faria os donos de BMW perder o sono, mas se o Audi não é capaz de power slides, diria que ele recompensa com precisão digna de esportivos puros muito mais consagrados, como, por exemplo, um Porsche Cayman.

Talvez essa seja a tão bem dita “magia negra” por trás da nova plataforma quando disseram que o novo TT é o carro que melhor aproveita as aptidões dinâmicas da MQB.

A direção também colabora para as respostas do conjunto do TTS. Graças a sensação menor de nariz pesado, a direção parece que trabalha mais livre e consegue apontar o carro com uma precisão que confesso jamais ter visto em nenhum outro TT. Outra coisa muito positiva é que o conjunto ainda consegue manter doses razoáveis de peso e sensibilidade apesar da assistência elétrica, aspecto em que, inclusive, o TT comum deixa um pouco a desejar.

O câmbio continua sendo referência. Se há uma coisa que a Audi faz bem além da tração integral, é o câmbio de dupla embreagem S-Tronic ou DSG. Em termos de esportividade e velocidade de trocas, é a caixa mais divertida do segmento. Por melhor que os automáticos da ZF sejam, eles ainda não conseguem ser tão afiados quanto os de dupla embreagem para aplicações esportivas.

Korncars Audi TTS 2016 4

Feitas as ressalvas quanto aos aspectos dinâmicos do TTS, é chegada a hora de trazer a preparação feita de volta à equação. O ponto é que um esportivo com os números originais como o do TTS não deveria, a priori, saltar aos olhos do entusiasta automotivo moderno. O TTS oem se encaixa em um panteão de porta de entrada para a classe de carros esportivos puro sangue.

No entanto, com a preparação feita a coisa muda de figura. Os números de torque e potência do TTS com o tratamento PitStopShop o colocam numa categoria para peitar de frente esportivos consagrados como o novo 911 Carrera. Os números são muito próximos.

Graças à tração integral e ao câmbio de dupla embreagem, juntamente com o filtro, o piggyback e a downpipe, a tocada fica agressiva e precisa. O TTS nesse nível é um tremendo de um kit de atacar ponto A a B. A sensação de força em um puxada parece notavelmente mais forte do que aquela de Mercedes AMG A45, carro que deveria ter, no papel, números muito parecidos com o do TTS preparado. Aliás, em linha reta, donos de Boxster S e Cayman S ainda aspirados deverão dar passagem.

As saídas de curva são estúpidas, pois você pode montar no acelerador muito antes. É um nível de desempenho sob controle bem previsível. Não há sustos. Não há necessidade habilidade sobre-humanas para se divertir. É impressionante o nível que a tecnologia das preparações chegou hoje em dia.

CONCLUSÃO

Essa nova geração do TTS o coloca no mapa como um esportivo digno de respeito. O TTS é um tremendo pedaço de tecnologia automotiva.

Dentro da cabine, você está a bordo de algo especial. O visual evoluiu, mas sem perder a característica original do modelo. A central de multimídia, voltada ao piloto, pode ser egoísta, mas é simplesmente uma obra de arte.

Dinamicamente, o novo TTS é tão melhor que os modelos que o precederam que a palavra correta para definir é revolução. O carro goza de uma neutralidade nas entradas de curva e uma capacidade de tracionar absurda. Mesmo com a preparação da PitStopShop, o carro continua firme, preciso e plantado no chão.

O TTS por cerca de R$ 300.000,00 não é um carro barato, mas torna-se uma proposta muito interessante se você colocá-lo em perspectiva no seu segmento. Sim, há carros mais baratos que podem ser igualmente preparados e, até mesmo, andar mais. Porém, arrisco dizer que nessa faixa de preço, dificilmente você encontrará um carro que, com a preparação, entregará o nível de performance e refino de tocada do novo TTS.

O TTS com a preparação é uma proposta sensível aos bolsos daqueles que buscam algo “especial” no visual e um desempenho de carro de categorias bem superiores. Pode não ter a mesma sofisticação de tocada de um Porsche Cayman, mas, sem sombra de dúvidas, chega muito próximo e recompensa muito bem em linha reta.

Korncars Audi TTS 2016 6

 

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