Pois é… na linha da última novidade anunciada, a respeito do Mercedes Benz A45 AMG, quem ataca dessa vez é a Audi com o novo S3. As orelhas em Ingolstadt devem ser enormes a ponto de ouvirem o que se passa em Stuttgart, na sede da Benz.

Particularmente sempre fui um grande fã do primeiro Audi S3, que marcou o solo nacional entre os anos de 1999 e 2003. Quantos não foram os meus amigos que sonhavam em ter o S3 naquela época na cor imola yellow? Até hoje o S3 de primeira geração é uma máquina e tanto, com tração integral do tipo Haldex (onde o carro se comporta primariamente como um tração dianteira, até que precise da tração integral), câmbio manual de 6 marchas e um motor 1.8 turbo de 4 cilindros produzindo 210 cavalos (modelos 1999 a 2002) e 225 cavalos (2003). Deixou saudades, pois abraçava o conceito de euro kart de maneira incisiva!

Naturalmente, tendo em vista todo o sucesso do primeiro S3 no Brasil, quando a Audi resolveu trazer o modelo oficialmente para o Brasil em sua segunda geração na carroceria Sportback, por volta de 2009, pulei da cadeira em entusiasmo, mas fiquei frustrado rapidamente.

Não que o carro fosse ruim, mas faltava “alma” para o Audi S3 Sportback. O motor tinha adotado o altamente elogiado bloco 2.0 de 4 cilindros com injeção direta de combustível turbinado, presença marcante nos demais veículos da marca, só que no S3 produzindo cerca de 265 cavalos e 35,7 Kgfm de torque. Junto com o câmbio de dupla embreagem (DSG) e tração integral, ambos traços característicos da marca, o S3 Sportback fazia de 0 a 100 Km/h em 5,8 segs e tinha velocidade máxima de 250 Km/h, limitada eletronicamente.

Esse conjunto sempre foi muito querido de preparadores pelo mundo a fora e as opções eram mais do que suficientes para fazer um S3 (ou qualquer carro com motor TFSI acoplado a um câmbio de dupla embreagem) dar susto em muito carro esportivo de gente grande. Minha grande crítica à segunda geração do Audi S3, assim como a segunda geração do Audi A3, foi a falta de envolvimento do carro com o motorista.

O motor é posicionado demasiadamente em cima do eixo dianteiro e o carro sai de frente com muito facilidade, além do conjunto de direção elétrico ser pouco instintivo na hora de comunicar o que está acontecendo. Não me entendam errado, o Audi A3/S3 de segunda geração é um carro altamente versátil, competente no quesito performance e pode ser utilizado todos os dias, mas poderia ser mais emocional e comunicativo.

O que esperar do novo S3, que será mostrado oficialmente no Salão de Genebra em março?

O S3 continuará disponível  nas versões hatchback de 3 portas ou “mistura-de-hatch-com-minivan” sportback, que deverá alojar quatro ocupantes com conforto, mais uma ou outra bagagem. Sinta-se a vontade para se enganar achando que este tipo de carro pode ser prático e espaçoso como um bom e velho sedã, rs.

Debaixo do capô, nada de grandes revoluções, o bloco 2.0 Turbo FSI de 4 cilindros continua lá, mas agora são cerca de 305 cavalos e 38,7 Kgfm de torque. Para o mercado europeu, há possibilidade de escolher entre câmbio manual de 6 marchas ou DSG (dupla embreagem, também com 6 marchas). Aposte suas fichas que no Brasil o S3 deverá vir somente com o câmbio DSG.

O novo S3 Sportback é capaz de ir de 0 a 100 Km/h em 5 segundos cravados (5,5 segundos, caso tenha optado pela caixa manual e utilizar seus lentos e sebosos braços). A velocidade  continua limitada eletronicamente a 250 Km/h, mas nada que algum preparador não consiga retirar.

A variante Sportback pesa 50 Kgs a mais que o hatch 3 portas, mas é 70 Kgs mais leve que o antigo modelo.

Alguém aí ainda tem dúvidas que o segmento de hot hatches vai pegar fogo em 2013?

Tem muito marmanjo falando que quem gosta de motorzinho é dentista, mas cuidado ao emparelhar seu 6 ou 8 cilindros aspirado do lado de um pocket rocket desses, caso contrário, quem precisará de um dentista será você depois de tanto roer os dentes de raiva ao ver um S3 sumir no horizonte.

Se eu tivesse que chutar um preço para o modelo no Brasil, eu diria algo entre 170 e 190 mil reais.

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